julho 17, 2006

Momento


Chegado o momento
em que tudo é tudo
dos teus pés ao ventre
das ancas à nuca
ouve-se a torrente
de um rio confuso

Levanta-se o vento
Comparece a lua
Entre línguas e dentes
este sol nocturno

Nos teus quatro membros
de curvos arbustos
lavra um só incêndio
que se torna muitos

Cadente silêncio
sob o que murmuras
Por fora por dentro
do bosque do púbis
crepitam-me os dedos
tocando alaúde
nas cordas dos nervos
a que te reduzes

Assim o momento
em que tudo é tudo
Mais concretamente
água fogo música
David Mourão-Ferreira

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ai o momento...e que momento :))
E como dizia alguem...nunca mais é dia :))

Beijoca Humida

17/7/06 23:35  
Blogger Cris said...

Porque será que não me pareces perdido...

17/7/06 23:42  
Blogger Marco Magalhães said...

Ler-te é deixar-se embalar.
Se fosses um vionilo só poderias ser um stradivarus.

18/7/06 00:38  
Blogger Cris said...

Predador, tão nosso? In your dreams! lol

18/7/06 02:02  
Blogger Salvador said...

Adoro esta "casa"

bjs

18/7/06 10:32  
Blogger marco said...

tao pequeninas que sao!

18/7/06 13:32  
Blogger Paixão said...

Foto linda.
Poema... "crepitam-me os dedos tocando alaúde nar cordas dos nervos"

Beijo

18/7/06 14:04  
Blogger Francesca said...

Gostei muito deste poema :) Boa escolha!!


Beijo

18/7/06 14:42  
Anonymous Anónimo said...

o mestre do erotismo lírico, dizem!
Eu não concordo plenamente, mas tbém o que é que isso interessa?!
Para sempre prevalecerão as massas e as maiorias... o mecenato.
Gosto deste blog pá!

18/7/06 17:36  
Blogger Quentes e Boas said...

Amo vir ao teu blog....Fazes-me sonhar e reviver as coisas boas!

Um beijo

Miss S

18/7/06 21:06  
Blogger *@rclight* said...

li-t mais k uma vez!
as fotos...
as fotos...
perco-m nelas..

mto love

20/7/06 22:46  

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