Pássaro
Aquilo que ontem cantava
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede,
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma ténue ferida.
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede,
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma ténue ferida.
Cecília Meireles
3 Comments:
Tentei comentar mais cedo mas o blogger tá maluco! O que é que eles querem? Que a gente mude para o Beta?...................
...........[foi um desabafo, sorry]
O poema é lindo, um pouquinho melancólico, mas lindo.
um beijo da Maria
Querida Cris
Triste este poema...
Um beijo
Daniel
sem comentários.... é lindo!
Cris2
Enviar um comentário
<< Home