setembro 28, 2006

Pássaro

Aquilo que ontem cantava
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.

Ele amava a água sem sede,
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.

Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.

Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma ténue ferida.
Cecília Meireles

3 Comments:

Blogger Maria said...

Tentei comentar mais cedo mas o blogger tá maluco! O que é que eles querem? Que a gente mude para o Beta?...................
...........[foi um desabafo, sorry]

O poema é lindo, um pouquinho melancólico, mas lindo.

um beijo da Maria

28/9/06 21:47  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Cris
Triste este poema...
Um beijo
Daniel

28/9/06 22:43  
Blogger Cris said...

sem comentários.... é lindo!

Cris2

29/3/07 13:18  

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